
Marcelo Knakiewicz
“Elementar, meu caro Watson” já diria Sherlock Holmes, personagem de contos que sempre adorei. Li e reli várias vezes suas histórias.
Sherlock Holmes sempre teve um jeito diferente de ver o mundo, observava com naturalidade as nuanças da expressão corporal dos seres humanos, conectava com históricos e contexto e, rapidamente, chegava a conclusões quase que absurdas, porém sempre certeiras.
Obviamente estamos falando de ficção, mas gosto de pensar que nós, Product Managers, precisamos ter um pouco desse famoso detetive dentro de nós. Precisamos entender as entrelinhas dos nossos usuários, conectar com o contexto de negócio e, ao fim do dia, chegar à conclusão se um Produto é viável ou não, e de como torná-lo ainda mais viável.
Comecei minha carreira como Engenheiro Químico, rapidamente me especializei em Lean Manufacturing e acredito que foi isso que me abriu as portas para chegar à Gestão de Produtos Digitais. Quando migrei para essa área, no Brasil trabalhei com a Ambev, fiz parte da HBSIS, que atualmente é a Ambev Tech, fui o primeiro PM da empresa e ajudei a pensar e criar a mentalidade de Produto lá.
Em Portugal passei por 2 StartUps antes de iniciar minha jornada na Volkswagen Digital Solutions. Nessas duas StartUps entrei em processo bem iniciais, onde a rotina frenética me deu vivência em pensar mais seriamente em ser viável, precisamos viver não apenas de investimento, mas de lucro gerado pelo produto.
E hoje na Volkswagen me sinto novamente no início da minha carreira como Product Manager, onde estou dentro de uma grande corporação, ajudando dia após dia a criar essa mentalidade de Produto, pensando em jornadas de descoberta e foco em gerar valor e métricas para cada vez sermos melhores.
Tenho como uma das minhas características principais o desapego a frameworks e metodologias, sou extremamente cético quanto a isso e acredito que um bom PM vai muito além de sua caixa de ferramentas. Um bom PM é um profissional que consegue extrair o melhor de cada ferramenta que possui e, ao fim do dia, cria seu próprio método e o adapta de acordo com o contexto ao qual está inserido.
Por fim, lembre-se: não espere que eu tenha 100% de certeza sempre, nós, PMs, nunca temos, nós só buscamos minimizar o risco o máximo que podemos, pois o risco zero é impossível e de certeza absoluta só há uma… Como diria Sherlock, “quando você elimina o impossível, o que resta, por mais improvável que seja, deve ser a verdade!”.




